No primeiro dia de evento, ministra Nísia Trindade disse que mudanças climáticas estão afetando não só a infraestrutura dos serviços de saúde, mas também o cesso da população a serviços essenciais

A ministra Nísia Trindade participou, nesta quinta-feira (10), da abertura do primeiro dia da Reunião de Ministros da Saúde do Grupo dos 7 (G7), em Ancona, na Itália. O Brasil participou do evento como convidado no fórum, que é composto pelos sete países mais industrializados do mundo, enquanto líder de momento do Grupo dos 20 (G20) – fórum ainda mais amplo que reúne as principais potências econômicas. 

Os debates iniciais se concentraram nas mudanças climáticas e seus impactos na saúde mundial e na resistência antimicrobiana, tema amplamente discutido na Assembleia das Nações Unidas. No encontro de hoje, Nísia Trindade reforçou as posições do Brasil e falou da capacidade nacional de enfrentamento da resistência antimicrobiana diante do plano que o país possui sobre o tema.   

“As mudanças climáticas estão nitidamente afetando nas apenas a infraestrutura dos serviços de saúde, mas também o cesso da população a serviços essenciais como água potável, alimentos e habitação”, alertou a ministra aos colegas. 

Ela acrescentou: “A resistência antimicrobiana tem natureza multifatorial, que se ramifica e desafia as conquistas tecnológicas alcançadas em diferentes áreas da saúde humana e animal. Potencializada pela mudança climática, ela põe em risco a segurança alimentar e o compromisso para redução da pobreza e o alcance de melhorias sociais. Entendemos que o combate a resistência antimicrobiana deve ser um dos pilares no marco mais amplo da abordagem de uma só saúde, One Health”. 

No Brasil, cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a coordenação do Programa Nacional de Prevenção e Controle das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (PNPCIRAS). A agência publicou, no ano passado, o Plano Nacional para a Prevenção e o Controle da Resistência Microbiana aos Antimicrobianos nos Serviços de Saúde (PAN-Serviços de Saúde) para o período de 2023-2027. O documento traz ações específicas a serem desenvolvidas para controlar e prevenir a disseminação de microrganismos resistentes aos antimicrobianos em serviços de saúde. 

O que é a política “Uma Só Saúde”?

Também conhecida como “Saúde Única”, é a tradução do termo em inglês “One Health”, que se refere a uma abordagem integrada que reconhece a conexão entre a saúde humana, animal, vegetal e ambiental. A abordagem de Uma Só Saúde propõe e incentiva a comunicação, cooperação, coordenação e colaboração entre diferentes disciplinas, profissionais, instituições e setores para fornecer soluções de maneira mais abrangente e efetiva. 

O Brasil possui um Comitê Técnico Interinstitucional de Uma Só Saúde formado por representantes de 20 instituições de diversos setores, que possuem atuação direta ou indireta na saúde humana, animal ou ambiental. 

Reuniões bilaterais

Além da reunião de chefes de saúde, a ministra Nísia Trindade participou de encontros bilaterais. Com o ministro da Saúde do Canadá, Mark Holland, Trindade debateu união de esforços em desafios para os dois países na área da saúde e pediu apoio na proposta de estabelecimento das alianças contra a fome e a pobreza e para a produção de vacinas e insumos de maneira regionalizada, com foco no enfrentamento de futuras pandemias. 

A ministra brasileira também se reuniu com o ministro de Saúde e Assistência Social do Reino Unido, Wes Streetin. Na oportunidade, trataram da colaboração para aprimorar medidas de prevenção e mitigação dos efeitos das crises sanitárias.   

A agenda de hoje também contemplou encontro da ministra com o secretário-geral adjunto da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Yoshiki Takeuchi. Na pauta de discussões, a associação entre crescimento econômico e saúde e fortalecimento do comércio global em benefício da saúde. 

Nathan Victor - Ministério da Saúde – Categoria - Saúde e Vigilância Sanitária